domingo, 5 de setembro de 2010

Etapa 7 - Estella a Los Arcos

Dia 06/07/10
Percurso= 21,3km
Percurso acumulado= 136km
Início= 8h30
Término= 16h45
Duração= 8h15

O dia estava bonito, prometia ser bem quente e foi.

Na foto acima você vê ao longe a Bodega de Irache e o Monastério de Irache.
Passamos pela bonita igreja de San Pedro de la Rúa construída no estilo gótico e românico no séc. XII, mas também recebeu construções em outros séculos. Estava sendo restaurada. Infelizmente não entramos.


O Caminho de saída de Estella em direção a Ayegui é interessante porque nem parece que você saiu da cidade, semelhante à Burlada que fica entre Villava e Pamplona, Ayegui também mais parece um bairro de Estella.
Meus ombros começaram a doer, tentava ajeitar a mochila para ver se era alguma forma errada, mas nada acontecia. A dor persistia.

O Caminho mostrava, para mim, ter semelhanças com a nossa própria vida - Se conformar com aquilo que você apesar de não gostar e tentar mudar em vão não consegue.
Neste caso, a dor em meu ombro, então me conformei com esta dor e tentei ignorá-la.
Ainda nas imediações de Ayegui encontramos a Bodega Irache e o Monastério de Irache.

Vale à pena ganhar alguns minutos, pois aqui tem a maravilhosa Fuente de Irache, mas não somente fonte de água, mas também de vinho.
O vinho que lá é fabricado. Você encontra 2 bicas uma ao lado da outra. Foi inaugurada em 1991.


O portão que guarda a fonte fica aberto das 8h às 20h. Se quiser beber em um copinho da Bodega você pode comprá-lo por 1 euro.

Apesar da questão peso, me dei ao luxo de comprá-lo por recordação material.
Você pode selar sua credencial também e visitar o Museu do Vinho.

No caminho se pode ver lindas paisagens de montanhas. Fiquei imaginando isso no inverno.
Lindas!

Fiquei maravilhada!!!!




Antes de Chegar em Villamayor de Monjardin tem uma fonte do séc. XII no estilo gótico chamada de Fuente del Moro, dá para descansar lá dentro na sombra dentro dela.


Em Villamayor de Monjardin tem a igreja de San Andrés que foi construída em 1200 no estilo românico tardio.


Eu e o Rodrigo entramos na igreja, a porta se fechou, não havia ninguém lá, e tudo estava escuro. Achei estranho...mas enfim...


Quando de repente a luz se acende, entra um casal, nos olham estranhamente... mas tudo beemm... Eles saem, e nós ainda ficamos por lá e a luz se apaga.
Que estranho!!! Pensei: "eles sabem onde fica o interruptor dessa igreja?"


Somente quando resolvemos sair da igreja é que percebemos que ao se entrar na igreja tem um lugar próximo à porta onde você coloca uma moeda de 1 euro e a luz se acende.
Falei: "nossa aquele casal deve ter pensado que éramos pães duros!"

É! Mancadas de peregrinos!!!
Coloquei 1 euro e voltei a tirar fotos agora com um pouco de luz.
Deixando a igreja em frente aos seus muros caminhando mais a frente tem uma subida e lá no alto tem um restaurante muito bom.

Abasteça-se nele pois é o último que verás até Los Arcos.

Bem, depois de almoçados e com a garrafa de água abastecida, nos preparamos para caminhar mais de 12km sem nada pela frente além de plantações.




Você ainda encontra uma fonte de água antes de adentrar pelas plantações mas é só!
Foi muito exaustivo, pois o cansaço batia e não tinha uma sombra se quer para descansar, na verdade havia, em alguns pontos, montes de fenos que era um pit stop para peregrinos terrivelmente cansados.

Em uma parte quase fui pega por uma máquina que colhe o trigo, foi assim: estava eu a caminhar, linda e maravilhosamente cansada, quando uma colhedeira, pela qual eu já havia passado por ela em um outro trecho, vinha em minha direção, tentei andar mais rápido para encontrar um lugar melhor para me colocar, mas a máquina vinha vindo e vindo, bem... eu tive que pular para dentro da plantação, mas na minha exitação foi preciso que o cara parasse a máquina para que eu me colocasse a salvo.





Na entrada de Los Arcos tem um casinha com várias máquinas de refrigerantes e de comidinhas, também tem cadeiras para o peregrino se recompor e caminhar um pouquinho mais até o albergue.

Apesar de chegarmos tarde conseguimos vaga no Albergue Fuente Casa de Austria, é um bom albergue, oferecem 20 minutos de massagens por 15 euros. Você escolhe se quer massagens nas pernas ou nas costas.

Depois do banho tomado, cuidamos de providenciar a lavagem de nossas roupas e somente então saimos para arranjar um lugar para jantar.

Encontramos um charmoso restaurante em um prédio antigo, acredito que medieval pela sua construção, fica perto de uma igreja. Infelizmente não consigo lembrar o nome.

Possuem mesas fora, dentro tem um bar e descendo umas escadas você encontra o aconchegante ambiente para jantar com tranquilidade.
Comida pouca como sempre, mas deliciosa.

Neste jantar, avaliando um pouco... disse a minha mãe: o Caminho de Santiago é igual à vida da gente... a vida da gente é cheia de atribulações, de problemas, mas você não quer deixar de viver não é? Assim é o Caminho....
Continuei a dizer: não se deve reclamar e murmurar no caminho por conta das dificuldades, é como diz na Bíblia que não devemos fazer cara de sofrimento quando jejuamos.
Mt 6, 16-18
Acredito que essa passagem tem tudo a ver com o Caminho, guardada as devidas proporções.

Há que se admirar as maravilhosas criações de Deus, suas maravilhas em todas as suas cores, e é claro as maravilhas criadas pelos homens cuja capacidade lhes foi dada por Ele.

Aos que tiverem interesse em ver mais fotos desta etapa é só clicar no álbum mais abaixo. Também coloco um vídeo da colhedeira que queria me pegar (rsrsrsrsr)



3 comentários:

  1. OI ALDI. ESTE TRECHO ME TRANSMITIU UMA IMPRESSÃO DE UMA CAMINHADA COM MUITO SILENCIO, CALOR E CANSAÇO. OUTRO PONTO QUE OBSERVO É QUE A MAIORIA DAS FOTOS QUE TIRARAM DE VOCE, VOCE ESTÁ EM FRENTE A ALGUMA PORTA, SEJA DE UMA IGREJA, DE UM MONASTÉRIO, DE UMA CIDADE, VILAREJO, ETC. SERÁ INDICIO QUE VC TERÁ QUE TRANSPOR VARIAS PORTAS PARA ALCANÇAR SUA FELICIDADE? BJ KLB/RJ

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  2. AH! ESQUECI DE COMENTAR. ESSE OPERADOR DA COLHEITADEIRA É MALUQUETE. O CARA ENFRENTOU ATÉ O JIPÃO QUE QUERIA ENTRAR NO TERRENO. hehehe KLB/RJ

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  3. Oi Kleber! Se analisarmos bem, o que você falou tem um fundo de verdade. Tenho mais portas a abrir sim...é preciso só esperar o momento disso acontecer. Abrí-las creio que não será difícil, passar por elas requer um pouco mais de calma e paz interior de forma que eu saiba que porta eu devo deixar encostada e que porta eu devo fechar para sempre e nunca mais voltar. A nossa vida é um eterno passar por portas na esperança de que ao passar um aprendizado tenha sido concluído. Bj.

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