Percurso=16,7km
Percurso acumulado=152,70
Início=7h15
Término= 14h
Duração= 7h15
Para quem esta acompanhando as etapas do Caminho, necessário se faz que eu esclareça que por problemas de tempo e limitações físicas de minham mãe tivemos que pular certas etapas, para então reiniciarmos em Rabanal del Camino.
Fizemos quase toda a Comunidade de Navarra, faltando muito pouco para concluí-la.
Deixamos de percorrer a Comunidade de La Rioja e parte da Comunidade de Castilla y Leon.
Bem, mas como chegamos a Rabanal del Camino?
Ainda voltando a Los Arcos, no dia seguinte após a nossa chegada, fomos para um ponto de ônibus comum, pois lá não há uma estação rodoviária, e tomamos um ônibus para Logroño.
Passamos um dia em Logroño e no dia seguinte tomamos um trem para Burgos.
Passamos um dia em Burgos e no dia seguinte tomamos um trem para León.
Passamos um dia em León e no dia seguinte pegamos um ônibus para Astorga.
Ao chegar na Estação de Astorga não foi possivel comprar passagem de ônibus para Rabanal del Camino porque só vai ônibus para lá às segundas-feiras. Como não era segunda-feira ficamos meio que preocupadas.
Então decidimos pegar um taxi, mas não víamos taxi algum apesar de termos ficado um bom tempo próximos à uma placa que indicava ser ali um ponto de taxi, ao lado da Rodoviária.
Bem, um senhor, o qual indaguei informações sobre Rabanal, me viu ali parada e veio me perguntar se ainda ia para Rabanal, ele se ofereceu para nos levar em seu carro por 20 euros.
Negócio fechado. Lá eles cobram 1 euro por cada kilometro.
De Astorga a Rabanal del Camino são 20,6 km.
Este senhor nos deixou num albergue que considerava bom, o albergue Nuestra Señora del Pilar, e realmente o é.
Tem um pequeno restaurante, máquinas de conveniência, internet e banheiro misto no dormitório.
Nesse albergue recebemos do Caminho mais um presente, conhecemos a amiga Vera Lúcia de Belo Horizonte, a qual nos deu o prazer de caminhar e ficar conosco até Santiago de Compostela.
Sempre alegre e sorridente, maravilhosa companhia!
Saudades de você Verinha!
Era a única brasileira no albergue além de nós.
Passei a tarde na internet tranquilamente sem me preocupar de ter que sair para que outra pessoa a utilizasse. Havia 3 computadores.
Ao final da tarde assistimos à missa na igreja de Santa Maria, é uma igreja no estilo românico, bem simples.
Bem, o trecho até El Acebo seria de subida constante até a Cruz de Hierro e depois uma leve descida para depois subir novamente, e depois de Collado de las Antenas uma descida direto a El Acebo.
Saimos relativamente cedo de Rabanal del Camino, o dia estava ótimo, temperatura agradável, eu percebia que o Caminho já estava mais cheio de gente, antes caminhávamos praticamente sozinhos e um peregrino aqui outro acolá passava por nós. Agora não, já havia muito mais movimento.
No trecho de Rabanal del Camino a Foncebadón possui uma quantidade enorme de mosquitos, não sei se por causa do tipo de vegetação, havia também esterco, um cheirinho desagradável, o fato é que você não pode fazer esse caminho sem usar repelente. É incrível como eles te atacam.
Eu saí sem repelente, no início tranquilo, mas depois, quando cheguei nessa parte, eles vinham direto em mim e não aguentei; Parei para colocar o repelente e fiquei assombrada, pois quando parei eles simplesmente vieram com tudo, na perna, no braço, no rosto, estava parada procurando repelente, não me abanava e eles aproveitaram. Sem repelente não dá! Sem chance!
Conhecemos de passagem nesse trecho 2 baianas, Regina e Tânia, Regina mora em São Paulo e Tânia em Salvador. Tânia andava mais rápido e Regina num ritmo mais lento semelhante ao nosso.
Regina foi agraciada com uma honra que contarei mais a frente na Etapa de O Cebreiro.
Essa etapa é bem rica de emoções: pois é nela que você encontra a Cruz de Hierro, um lugar no qual peregrinos depositam, além de suas preces, uma pedra que trazemos de nossa terra e que para cada um tem um significado especial. É um lugar emblemático do Caminho.
É um dos lugares mais alto de todo o percurso do Caminho Francês, está a 1504 metros.
O próximo lugar, também emblemático, é Manjarim onde lá no albergue de Tomás que se veste como os templários, e se diz ser o último dos cavaleiros templários, você tem a sensação de realmente estar diante de um. Será?
Após subidas e descidas desfrutando de lindas paisagens chegamos em El Acebo.
Quando se entra pela rua principal se vê logo 2 lugares que te oferecem aluguel de bons quartos.
Como agora estávamos em 4 e minha mãe sempre dormia no chão por conta de seu problema na coluna decidimos em El Acebo tentar alugar um quarto pagando apenas por 3.
Na foto vê-se a entrada em El Acebo, escolhemos o estabelecimento do lado direito, é a segunda casa. Uma pena não ter guardado o nome, mas não tem errada. Fica na biqueira da entrada de El Acebo, primeiro passa o que aluga quartos do lado esquerdo e logo mas a frente outro do lado direito. É esse! É cuidado por uma família.
Bem, perguntamos ao dono, um senhor super gente fina, que embora fóssemos 4 pessoas se era possível ele alugar um quarto para pagamento de 3 pessoas apenas, porque minha mãe dormia no chão.
Ele concordou.
Mas para minha surpresa ele nos colocou em uma casa.
Na verdade ficamos nesta casa sozinhos, e havia 2 quartos com camas ótimas e limpas e 2 banheiros só para a gente.
Esse quarto da foto tinha uma televisão tela plana creio que de 40 polegadas. Show de bola!
Pois muito bem, após termos nos instalados, procedo a retirada das coisas de minha mochila para me dirigir ao banho, e para minha surpresa e susto aconteceu nada mais nada menos de eu ter esquecido a bolsinha na qual trazia os carregadores e demais fios dos meus aparatos tecnológicos (máquina fotográfica e filmadora) no albergue em Rabanal - SOCORRO!!
Gente, vocês tem idéia de como eu fiquei?
Saí pela porta afora desesperada, correndo, fui até o restaurante falar com o senhor que me alugou os quartos, e perguntei a ele por um Taxi.
Ele disse que teria que chamar para vir de Molinaseca, porque lá não havia taxi, e que provavelmente essa brincadeira iria me sair por uns 80 euros.
Que jeito! precisava dos fios, dos carregadores, da tomada para uso na Europa, enfim... de tudo. Estava disposta a pagar.
Mas ele gentimente pediu a um parente que pegasse o seu carro e me levasse até Rabanal del Camino. Olha a minha sorte!
Voltei a Rabanal del Camino e lá estava a minha sacolinha exatamente onde a deixei: ao lado do computador, believe or not!
Voltei tranquila, agora dessa vez de carro, apreciando o passeio.
Lição do caminho: no final tudo acaba bem, se não está bem é porque não é o final.
Vejam abaixo mas fotos desta etapa, e também um vídeo no trecho onde os mosquitos começaram a nos atacar.
Etapa 8 - Rabanal del Camino a El Acebo |
Etapa cheia de emoções. Companhia para a jornada, ataque de mosquitos, quarto e banheiro excluvivo - sem falar na TV, e o encontro com um Templário. Seja ele templário ou não, o que posso afirmar é que ele faria o maior sucesso junto a torcida do meu Vascão com aquela camisa. Muitas emoções. Continuo te seguindo. Bj. KLB/RJ
ResponderExcluirNessa sua história da bolsa que esqueceu, lembrei daquela nossa viagem que esqueci minha máquina fotográfica no avião... vc ficou mais desesperada do que eu...rs Mas como disse... no final td deu certo...rs
ResponderExcluirDeli
ola adorei tudo...estamos indo em setembro e gostaria que vc me desse detalhes de como posso encurtar pois temos 20 dias para fazer o caminho todo queria detalhes de onde comecar e onde pegar trem onibus qual o melhor caminho para se fazer a pe..enfim detalhes rssss meu email...charlotee_eta@hotmail.com fico no aguardo e obrigada
ResponderExcluirÉ Aldi, você acabou achando uma conterrânea minha lá nas bandas de Foncebadón. Essa é uma das etapas que mais me marcou, por todos os acontecimentos que vivi dentro de um bar em Rabanal, assistindo a um filme surreal, até a passagem solitária pelas ruínas de Foncebadón onde fiz uma amizade inusitada com um grande cachorro faminto (ele queria meu lanche), o alto da Cruz de Hierro e depois uma descida desenfreiada (fiz de bicicleta) até Molinaseca. Foi muita coisa num curto espaço de tempo.
ResponderExcluirAliás, a Charlote aí quer fazer em 20 dias...
Grande abraço e parabéns pelo blog.
Paulo Fiote
Olá Paulo! Realmente Rabanal também foi marcante para nós, por conta da amizade que fizemos com Verinha e toda a emoção que se vive na Cruz de Hierro.
ResponderExcluirQuero fazer o Caminho novamente, e fazê-lo de bicicleta seria uma possibilidade e uma super super aventura pra mim, não sei se daria conta. Também tivemos uma experiência com cachorro logo na primeira etapa, eram 2 que vieram atrás do meu lanche. Corri.... (rsrsrs)
Obrigada peregrino!
Abraços