Percurso= 23,5km
Percurso acumulado= 92,9 km
Início= 9h15
Término= 18h50
Duração=10h35
Essa etapa foi demorada! Acredito que de todas as etapas, esta foi a que mais tardamos para iniciar a caminhada, além de termos saído tarde, tinha a subida ao Alto del Perdón que não era a pior das subidas mas teve o seu grau de dificuldade, principalmente para a minha mãe. O cansaço do caminhar contribuiu para o ritmo lento e encarando uma subida então nem se fala!
Ao deixar Pamplona encontramos a húngara, a quem chamava de Beó, seu nome é Beáta, num banco da praça, ela estava muito mal, mas também, a mochila dela era maior que a minha! Levava jeans com cinto de fivela pesada. Sendo muito branca, estava maltratada pelo sol. Ela nos acompanhou até um ponto mas resolveu parar para descansar, disse que iria ficar em Urtega, nos despedimos e sabíamos que não nos encontraríamos mais.
Meu dedinho estava dolorido pela bolha que havia se formado mas aguentei firme.
Bem, em Pamplona, depois de rodear a Ciudadela se vai caminhando pela cidade e se atravessa um parque, logo vem o Campus da Universidade de Navarra, é uma caminhada muito gostosa por parques com pinheiros de todas as qualidades. Muito agradável! Tudo bem arborizado.
Depois se passa por amplos campos de cultivo.Também passamos por plantações de girassóis. Uma beleza! Já quase no final passamos por vinhedos.
Em Zariquiegui, um vilarejo que não se vê ninguém, há a igreja de San Andrés construída no estilo românico no séc. XIII.
Um vento forte te toca o rosto na subida ao Alto del Perdón e quando se chega lá tem que segurar o chapéu ou ele voa.
O vento é forte e gostoso de sentir, maravilhoso é olhar para o vale e ver o quanto você andou, ver ao longe os vilarejos que vão ficando no teu passado.
Por conta do forte vento construiram aqui um parque éolico que se estende por 46.000 metros quadrados sobre a Serra de Erreniega.
Aqui há um monumento ao peregrino constituído de 14 figuras peregrinas feitas de ferro. Em uma delas diz: "Donde se cruza el camino del viento con el de las estrellas".
Bem, mas tudo que se sobe, se desce não é? Aí pega o joelho!!! E bastão para que te quero bastão!!!!! Difícil!
No caminho há uma imagem de Nossa Senhora e encontramos uma oração que algum peregrino a deixou para alguém, esse alguém fomos nós, curioso que essa mesma oração que estava aos pés da santa, foi dada a mim por uma senhora na Igreja de Roncesvalles após a missa. (repare no papel engatado por detrás da placa aos pés da santa)
Achei que foi um sinal, pois muita gente já havia ido embora da igreja em Roncesvalles e eu ainda estava por lá rezando quando uma senhora após esperar o término de minha oração se aproximou de mim e a me deu.
Já esta oração aos pés da Virgem foi a minha mãe quem a pegou. Transcrevo ao final da postagem a oração que acredito que foi Deus falando comigo e com minha mãe. Forte!!!!
Antes de chegar a Puente la Reina se passa por um lugar chamado Óbanos, e lá conta-se um drama: lá há muito tempo viviam os duques de Aquitania, Felicia, irmã de Guillermo, duque de Aquitania, resolveu peregrinar a Santiago de Compostela e após essa experiência que a transformou por completo, se despiu da vida de luxo que levava, e resolveu trabalhar pelos peregrinos, se tornou eremita no povoado de Amocain e dedicou sua vida a trabalho e oração em prol das pessoas, especialmente os peregrinos.
Guillermo, seu irmão, por ordem de seu pai, vai ao encontro dela para fazê-la mudar de idéia. Como ela estava irredutível, Guillermo num momento de fúria a apunhalou e a matou.
Arrependido vai até Roma pedir perdão ao Papa que o obriga a fazer o Caminho a Santiago de Compostela. Após fazer o Caminho, Guillermo resolve morar na ermita que sua irmã havia construído e continuar o seu trabalho. Viveu sua vida em constante penitênica.
Ao passar por Óbanos também se pode de lá fazer um desvio para ver a ermita de Eunate que dizem foi contruída pelos Templários. Infelizmente não foi possível pois já estava tarde. Lamentei por isso.
Bem, Puente la Reina charmosa por sua história! Durante um bom tempo foi governada pelos Cavaleiros Templáros; Lá, o Caminho Francês se encontra com o Caminho Aragonês e passam a ser um só até Santiago de Compostela.
Há uma ponte belíssima que foi construída no séc. XII a mando da rainha Doña Mayor também chamada Doña Munia esposa do rei Sancho III de Navarra o Maior, isto para facilitar a travessia dos peregrinos pelo rio Arga.
Chegamos a Puente la Reina quase mortos de tanto andar, ficamos no albergue Jakue que de todos os albergues em que fiquei este é o que possui melhores instalações, um restaurante maravilhoso e tudo a bom preço. Ele é tanto albergue como também hotel.
O melhor de tudo, para quem já vem cansado é que ele está logo na entrada de Puente la Reina. Entrou na cidade, já dá de cara com ele. Excelente!
http://www.jakue.com/
Para quem quiser ver mais detalhes desta etapa clique no álbum mais abaixo.
Agora deixo a oração que encontramos, no Caminho de Santiago, eu e minha mãe, ao nosso modo e ao nosso respectivo tempo.
Está em espanhol. (o editor deste blog não me permite colocar os devidos acentos de interrogação e exclamação ao contrário pertencente ao castelhano)
"Peregrino Quo Vadis? (tradução: peregrino aonde vais?)
Por um momento, calla,
No digas nada.
Aprende,
Caminando em silencio,
a escucharlo.
Hace tanto tiempo
que te habla
y no lo oyes!
Hoy,
al menos hoy,
en esta inmensa soledad,
escucha al Otro.
Son tantos
los años que te sigue
caminando a tu lado
intentando dialogar
y no lo dejas.
Solo,
lo dejas solo.
Quiere ser tu camino
tu verdad
y tu vida
y no lo dejas!
Calla, escucha,
comienza
por dejar que te hable
que se asome,
a la enmarañada algarabía de tu alma
para imponer silencio.
Y luego
que tu primera palabra
sea solamente esta:
PERDONAME!"
nossa ! que lugar lindo, um dia irei lá, fantastica sua postagem , franço
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