terça-feira, 20 de julho de 2010

Etapa 2 - Orisson a Roscenvalles

01/07/2010
Destino: Roscenvalles
Temperatura: 26 graus
Percurso: 20km
Percurso acumulado: 27,5 km
Início: 8h15
Término:15h50
Duração: 7h35

O dia amanheceu lindo! Friozinho logo no início, começamos a caminhar às 8h15. Se via as nuvens cobrindo as montanhas abaixo da gente. Lindo demais!
A paisagem cada vez mais deslumbrante aos meus olhos!

Começo a caminhada ainda com reflexos de dores do dia anterior na panturrilha.

Eu dei um jeito no meu braço com a mochila, pois não conseguia movimentá-lo direito, até para escovar o meu cabelo foi difícil.






Bem, o caminho continua por uma estrada nas montanhas. Se vê muitas pastagens, vacas, ovelhas lindas...e vai subindo... vai subindo... parece que vamos chegando pertinho do céu!

Não demora muito e logo vemos, um pouquinho afastada da entrada que temos que tomar, a estátua da Virgem de Biarroki, não pensei duas vezes, fui até lá! Imaginei tantas vezes esse momento, em que eu aos pés da Virgem, nos autos dos Pirineos cantava o ato de Consagração â Nossa Senhora, e cantei, ou melhor, cantamos!
Durante o caminho também vemos muitas cruzes de peregrinos que morreram ali. Soube que no ano passado um morreu de frio, foi na época do inverno.
Nesta foto o Rodrigo olha o quanto percorremos. Não é incrível?



O caminho que temos a seguir é indicado por setas amarelas, por 2 traços um em branco e o outro em vermelho, as vezes está o sinal no chão, numa pedra, numa árvore, num poste, de modo que você tem que estar muito atento para não se perder.



Depois a trilha passa a conter pedras, e embora estejamos com uma bota de boa qualidade, o pisar constante nestas pedras, que são de todos os tamanhos e tipos, encravadas no solo ou soltas, começa a causar dores nos pés.




Encontramos Beó (a húngara) sentada neste trecho, fazia um calor enorme, a coitada estava queimada do sol, suas mãos vermelhas demais (ela é muito branquinha aí o sol maltrata).



Chega um momento em que entramos em solo espanhol. O sol pega pesado, estamos cansados, os ombros já arriados e vemos uma casinha no meio do nada. Alguém construiu uma espécie de abrigo. Agradecemos. Estávamos esgotados pelo sol.




Quando chegamos em Collado Lepoeder temos que escolher qual caminho seguir.

Há dois, escolhemos o caminho pelo bosque, é o mais curto e o mais bonito, mas não o mais fácil, é uma descida braba!

Já quase me arrastando chegamos em Roscenvalles às 15h50.

Estava com medo de não conseguir vagas no albergue, mas conseguimos, eu fui a de número 69, creio que eram 124 vagas, 6 euros.

Ficamos no refugio Itzandegia que faz parte da Real Colegiata de Roscenvalles, uma construção do séc. XII, é bom, tem internet, tem 3 duchas no banheiro feminino e 3 no masculino, enfrentamos uma fila de mais de meia hora para tomar banho.




Nesse dia entrou água no meu ouvido e até o momento ele se encontra tapado. A água que estava dentro provavelmente se foi, mas não sei se é da altitude ou não, o fato é que estou ainda em viagem com a audição do lado esquerdo meio que prejudicada.




A foto logo acima mostra a nossa zona. Quando se chega no albergue, após o banho, o lance é cuidar de lavar roupa, arranjar um lugar para secar quando não tem secadora, e depois descansar.
Vida de peregrino não é fácil galera!!


Para ver mais sobre essa etapa clique no álbum abaixo

4 comentários:

  1. Oi, Aldi! Puxa, só de imaginar o número de passos que você já deu fiquei cansada... Rs. Pelo jeito, está sendo o que você imaginou e muito mais! Muitos encontros e emoções! Sobre o ouvido, coloque álcool, se for água sai. Estamos acompanhando sua viagem daqui. Muitos beijos! Cristine.

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  2. Força garota. Pedras, calor e cansaço são infimos em comparação a benção que vcs receberão. Continuamos com vcs. Bjs - KLB/RJ

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  3. Vc dizia que eu num visitava seu blog mas agora eu estou aqui ligadinha em todos os seus passos...rsrs Com certeza vcs num estão aí a toa, só pessoas de almas grandiosas sabem ver além daquilo que parece ser um sacrifício...boa sorte aí, força e aproveitem cada momento...bjos Deliana

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  4. Obrigada Deliana, Tania, Cristine e Kleber pela força! Realmente para fazer o que fizemos realmente tem que se ter muita determinação e acreditar no que está por vir. Foi muito sacrifício sim, mas teve muita coisa boa e tenho certeza que continuará havendo, como ocorre com as ondas no mar, vem uma, mas logo vem outra e assim vai....Muitas bençãos hão de vir, confio nisso! Bjs

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