segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cavaleiros Templários - Só para ter uma idéia.

Essa história de Cavaleiros Templários sempre me fascinou e ter podido conhecer finalmente um dos Castelos em que eles viveram foi encantador. A energia dos antigos cavaleiros parece permanecer naquele lugar. É sempre bom poder estar num lugar histórico, ver de perto o lugar em que viviam, como viviam... é gostoso aprender história quando se respira história!

Não dá para falar de Castelo dos Templários sem antes falar um pouco deles. Esse assunto de Templários, castelos e reis dá muito pano pra manga... vou tentar registrar um pouco do que já aprendi:

Em que cenário os Cavaleiros Templários surgiram, como surgiram e porquê?
Bem, a origem do ideal dessas pessoas tem surgimento com as Cruzadas (movimento militar de cunho essencialmente religioso - foram guerras proclamadas pelo Papa em nome de Deus) na tentativa de recuperar os lugares santos, a Europa se mobiliza para tal e parte rumo à Terra Santa com o objetivo de conquistá-la e mantê-la sob o domínio cristão, pois ela
estava nas mãos dos mulçumanos.

Na I Cruzada, em 1095, o papa era Urbano II, o qual ambicionava ter o controle "religioso" de Jerusalém que estava nas mãos dos mulçumanos. Todo o tesouro religioso que alí havia tinha que vir para as mãos da Igreja Cristã a qualquer custo.

A fim de mobilizar a todos, dá-se a essa "bandeira" um caráter de penitência, com isso o Papa exortou a todos os cristãos a partir para o Oriente e lutarem para recuperar a Terra Santa.

Houve várias cruzadas, e no decorrer delas viu-se a necessidade de grupos paramilitares para apoiarem a luta, defenderem os cristãos, dando assistência de todos os tipos, desde policiamento, médica até mesmo jurídica.

Com esse intuito várias Ordens surgiram onde inclusive nobres se ofereciam para fazer o trabalho voluntário e até certo ponto de caridade.

O apoio financeiro dessas Ordens vinha de doações, conquistas, e até mesmo riqueza dos próprios membros que a formavam.
Uma dessas Ordens foi a Ordem do Templo.

Hugues de Payens, um cavaleiro francês, que havia participado da I Cruzada, conhece a Godefroy de Bouillon, e comungam da mesma idéia de proteção da via de peregrinação que ia desde Jafa à Jerusalém.
Godefroy era primo do rei de Jerusalém - Balduíno II.

Em 1119, Hugues e Godefroy, e outros 7 cavaleiros, vão até o rei Balduíno e lhes falam de seu projeto de criar uma Ordem com o objetivo de proteger os lugares sagrados, bem como os peregrinos que ali fossem, dos ataques mulçumanos, de ladrões, etc...

O rei Balduíno, apoiando a idéia, lhes concedeu um espaço ao lado da mesquita Al-Aqsa, onde supunha-se que ali fôra o Templo do rei Salomão.

Inicialmente a Ordem recebeu o nome de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, seus membros fizeram votos de pobreza, castidade e de obediência, e se preparam para uma vida monástica. Eram monges-guerreiros, algo inédito em toda a Europa.

Por terem em seu início um espaço como "sede" onde existiu o Templo de Salomão ficaram mais conhecidos como Cavaleiros Templários.

O Crescimento e Reconhecimento da Ordem.
Conta-se que durante seus primeiros anos, por existirem onde era o Templo de Salomão, fizeram muitas escavações e encontraram tesouros e documentos que os tornaram poderosos. Não se sabe se é realmente verdade.

O fato é que em 1127, quase 9 anos após o seu surgimento, eles ainda eram 9 cavaleiros e necessitavam de apoio.

A fim de fortalecer a Ordem, e necessitados de formar uma pequena tropa militar para sua própria proteção, Hugues juntamente com Godefroy vai até ao papa solicitando tal reconhecimento da Ordem fundada, levando consigo uma carta do Rei Balduíno II pedindo que a Igreja protegesse e ajudasse a esses cavaleiros no cumprimento de sua missão.

O papa então Honorio II aceita debater o assunto, por conta disso foi realizado em 1128 o Concilio de Troyes a fim de reconhecer e aprovar a Ordem dos Templários e estabelecer regras próprias desde a entrada de novos membros, hierarquia na Ordem, modo de vida, ritos, trajes (é definido uma túnica branca com a cruz vermelha no peito), símbolo, enfim.... um conjunto de deveres militar-religiosos.
Hugues de Payens se tornou o Grão-Mestre;

Depois do Concílio, eles passaram a recorrer a Europa em busca de novos membros e doações.

Receberam vultuosas doações como ouro, propriedades por toda a Europa, até mesmo feudos, também recebiam as ofertas dadas às Igrejas em dias estipulados.

Cresceram em prestígio, sua milícia foi reconhecida, possuiam até frota marítima, enriqueceram e passaram a ser detentores de um poderio político, militar e econômico.
E agora sim, estavam prontos para encabeçarem a Guerra Santa.

Todavia, as suas atividades não estavam mais restritas aos objetivos iniciais, havia uma preocupação com a sociedade em todos os âmbitos.

Preocupavam-se com a justiça entre os homens, os direitos das pessoas, no lado econômico desenvolveram na Europa a Letra de Câmbio, iniciando o surgimento de atividades bancárias, peregrinos podiam fazer seus depósitos nos Bancos dos Templários e retirar seu dinheiro em qualquer lugar - isso dava a eles segurança para não serem roubados, enfim... vemos que a missão dos Templários ia muito mais além do que um simples policiamento de um caminho de peregrinação.


Eles estavam envolvidos em todos os setores de uma Sociedade.Paralelamente ao seu enriquecimento, instruíram muitos artesãos, desenvolveram conhecimentos na medicina, matemática, astronomia, bem como desenvolveram a arte gótica, dando características arquitetônicas peculiares nos construções por eles feitas. Construíram mais de 70 igrejas em menos de 100 anos.

Consolidação da Ordem e Aumento de Poder.
Em 1136 falece Hugues de Payens e quem o sucede foi um dos nove cavaleiros - Robert de Craón.

Robert consolida a Ordem dando a ela uma base fortificada, o então papa Inocêncio III, deu à Ordem generosos privilégios como: independencia de toda supervisão eclesiástica com exceção a do Papa, autorização para construírem capela, cemitérios, oratórios, e até mesmo isenção de dízimo, lhes autoriza a terem seus próprios capelãs, entre outras coisas e estabelece mais regras.

Também permitiu a eles que poderiam ficar com a riqueza dos inimigos sarracenos nas lutas travadas com esses.

Tamanho era o poder dessa Ordem e influência que o rei Alphonse - rei de Aragão queria dar a eles a herança do reino quando ele morrese, mas isso foi recusado por Robert.

Em 1140 os Templários obtem a cidade de Gaza e a fortaleza de Safed na Galileia.

Em 1149 falece Robert de Craón e lhe sucede Everardo de Barres.

Em 1156 já eram mais de 20.000 cavaleiros templários e donos de uma imensa fortuna e eles se espalham por todo o canto.



Queda dos Templários.

Com a morte do Rei Balduíno IV, rei de Jerusalém, uma luta pela dinastia aconteceu e houve guerra civil, e a luta pelo domínio daquela região retornou e então, em 1187 na Batalha de Hattin os templários perdem o domínio sobre a cidade de Jerusalélem para o Sultão Saladino.

Em 1189, das cidades da Terra Santa em mãos cristãs restavam apenas Tiro, Tripli e Antioquia.
Lutaram muitas batalhas até que perderam o domínio sobre a Terra Santa.

Em 1291 a Ordem do Templo abandona o Oriente. E foi pouco a pouco perdendo o seu prestígio.

O FIM DOS TEMPLÁRIOS?
Era o ano de 1285 quando assume o reino da França: Felipe - O Belo.
Na gana em expandir seu reinado desde a sua coroação, realizou várias guerras, várias batalhas, sem falar nas cruzadas que haviam.

Guerra custa caro - e ele teve que desvalorizar a moeda, pediu empréstimos aos Cavaleiros Templários, perserguiu os judeus em solo francês de olho nos seus bens, e quis impor pagamento de impostos ao Clero.
Surge o Conflito entre o rei e a Igreja.

Na época o Papa Bonifácio VIII proibe transferências de terras da Igreja para a Coroa da França, mas pressionado por outrs motivos cede.

No entanto, em 1300 volta a bater de frente com o rei Felipe - O Belo, impondo a Autoridade Espiritual sobre o Rei.

Felipe proibiu o envio de dinheiro francês para os Estados Pontifícios, o Papa o ameaçou de excomunhão e interdição.

Um rei ser excomungado era terrível, posto que se considerava o rei divino, e nesse caso seus vassalos não teriam mais a obrigação de lhe obedecer.

E em 1303 Felipe quer acusar o papa de heresia e envia à Italia uma milícia a fim de prender o Papa Bonifácio VIII, e o prendem em Florença no Palácio de Anagni por 3 dias.

A população consegue liberar o papa e este retorna para Roma, mas vem a falecer em 30 dias com sua saúde abalada.

Bento IX passa a ser papa e também bate de frente com o rei, mas Bento IX morre envenenado antes de completar 9 meses de papado.

Não levaram a cabo a investigação de seu assassinato, mas é claro que desconfiaram do rei.

É agora, na escolha do novo papa, que a teia começa a ser tecida...

Durante a reunião de escolha do papa, houve divisão dos Cardeais, um grupo apoiava o rei da França e outro não.

Passaram-se 9 meses sem que chegassem a uma decisão, foi então que resolveram escolher um papa de uma listra tríplice.

Um partido escolheria o papa de uma lista que o partido adversário lhe apresentasse.

Ficou a responsabilidade de escolher o papa o partido que era a favor do rei, evidentemente que a escolha do papa seria influênciada pelo rei.

Bertrand de Gott Villadrant, era um dos nomes da lista, e como a indicação do partido seria a escolha que o rei fizesse, o Rei chama Bertrand para uma conversinha na qual impõe 6 condições para que ele, o rei, indicasse o seu nome para ser o Papa.

Levado pela sua ambição, Bertrand aceita as condições, acontece que a sexta condição era uma icognita, o rei iria dizer qual era somente quando chegasse a hora.

E foi assim que Bertrand de Gott Villadrant se tornou o Papa Clemente V.
De olho na imensa riqueza dos Cavaleiros Templários, e já tendo se individado com eles para custear suas guerras, devendo mundos e fundos a eles, tendo também feito tentiva em vão de se tornar um deles, não foi aceito como um Templário, Felipe - O Belo trama uma armadilha para extinguir a Ordem do Templo, e evidentemente se apoderar da riqueza da Ordem.


Como os Templários eram subordinados somente ao Papa, portanto somente o Papa poderia por fim neles.
Então o rei Felipe fez conhecida a sua sexta condição ao Papa Clemente V: EXTINGUIR A ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS, bem como exterminá-los.


Felipe havia conseguido infiltrar pessoas ligadas a ele como membros templários, e com informações recebidas de seus espiões, passou a meticulosamente elaborar uma lista de acusações para acusar os Templários de heresia.

Jacques de Molay era então o Grão-Mestre da Ordem, e morava em Chipre (onde era a sede dos Templarios), precisava ser atraído para França, foi então chamado pelo Papa Clemente V, a título de discutirem sobre a próxima Cruzada a se realizar, bem como analisarem a possibilidade de unirem a Ordem dos Templários com uma outra Ordem - a Ordem dos Hospitaleiros de São João.

Essa União das Ordens foi descartada por Molay.

O rei recebeu Jacques e mais 200 templários que foram com ele com grande pompa e até mesmo, numa espécie de teatro, convida-o a ser padrinho de um de seus filhos. E ao mesmo tempo envia cartas secretas para todos os seus "capangas" com hora marcada para todas serem abertas e executadas imediatamente a abertura.

A carta dizia que todos os templários deveriam ser presos e seus bens confiscados.

Em 14 de setembro de 1307 o Rei decreta a prisão de Jacques de Molay acusando os Templários de heresia, e o submeteu à Inquisição.

54 templários foram queimados em Paris, outros tanto foram terrivelmente torturados e não suportando mais as torturas confessaram o que eles queriam.

Porém em outros países os templários não sofreram tanto quanto os que estavam na França. Em alguns lugares até mesmo foram absolvidos.

E antes que tudo voltasse como era antes, o Papa extingue a Ordem em 1312.

Em 1314 Jacques de Molay ao se dirigir para ouvir a sua sentença à prisão perpétua, retrata-se publicamente das confissões obtidas sob tortura. Diante disso ele é condenado à fogueira.

Jacques de Molay ao ser queimado, se despe simbolizando que quem estava sendo queimado era simplesmente um homem e não o Grão-Mestre dos Templários, e joga uma espécie de praga estabelecendo 45 dias ao papa e 1 ano ao rei para irem prestar contas ao Altíssimo.

Em 20 de abril de 1314 morre o Papa Clemente V de uma infecção intestinal, e em 29 de novembro do mesmo ano morria o rei Felipe - O Belo de uma paralisia provocada pela queda do cavalo.

Pessoas envolvidas no processo de condenação da Ordem morreram misteriosamente.

Porém o desejo do rei não foi totalmente realizado, pois Eduardo II, rei da Inglaterra, acudiu em defesa da Ordem.

Na Escócia, Alemanha e Lorena a Ordem não foi de todo dissolvida.

Em Portugal, a Ordem dos Templários trocou de nome, passando a chamar-se Cavaleiros de Cristo.

3 comentários:

  1. OI ALDI. FASCINANTE. PARA QUEM GOSTA DE HISTÓRIA, COMO EU, FOI ENRIQUECEDOR. PARABÉNS PELA PESQUISA E DISSERTAÇÃO. CONTINUO ACOMPANHANDO. KLB/RJ

    ResponderExcluir
  2. Aldi
    adorei aprender mais...viajar mais com seu blog valeu
    estive em um chatô dos templários...nossa é emocionante a energia....bjs
    me add no face pra gente se conhecer bjs
    Martha Torres Guarujá Sp

    ResponderExcluir
  3. Eu gostei só que queria as aventuras dos cavaleiros templários

    ResponderExcluir

O que achou? Comente!