segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Etapa 18 - Arzúa a Pedrouzo

Dia 22/07/10
Percurso=19,4
Percurso acumulado=359,20km
Início=8h
Término=14h
Duração=6h


Essa etapa nos trouxe uma prova diferente.











O sol dava o ar da sua graça mas o frio não ia embora, e quando passamos por bosques o frio era tão intenso que penetrava forte na pele da gente, era um frio cortante.


Caminhada bem tranquila, com direito a parada para ver as vaquinhas passarem. Mamãe como sempre ficou com medo.












Mais flores pelo caminho.
Depois de Salceda, há um bosque só de eucalipitos, o aroma é simplesmente delicioso!
Ao chegarmos em Pedrouzo pela estrada, desde onde o vilarejo se inicia, entramos em cada um dos albergues/pousadas/pensões ali existentes, mas não havia uma só vaga.

Só nos restava o Centro polideportivo, como chamam lá a quadra de jogos da cidade.

Quando chegamos neste Centro a fila já era enorme. Mamãe não queria ficar lá, queria continuar caminhando, mas se assim fosse só iríamos encontrar algo após uns 10km a mais de caminhada, e isso se ainda houvesse vaga, preferi não arriscar.



Ficamos demarcando o nosso lugar na fila, exaustos, nos sentamos e tentamos descansar como pudemos.


Na frente do centro, havia um lugar aberto e várias pessoas descansavam por lá, como eu estava querendo uma sombra, preferi me sentar do outro lado, fora da fila.







Me sentei ao lado de 3 adolescentes e perguntei a elas o porque estavam fazendo a caminhada, queria entender a quantidade enorme de adolescentes nesse Caminho. Seria religiosidade? Tentava com muita dificuldade acreditar que esse era o motivo.

Bem, duas delas não eram religiosas, mas como moravam na Galícia, estavam fazendo o caminho a título de conhecimento de sua própria cultura.

Elas estavam profundamente chateadas, e revoltadas se recusaram a guardar um lugar na fila, pois o Centro só havia 160 colchões, e seriam dados aos primeiros que chegassem.






Elas me disseram que chegaram lá muito cedo, acontece que já havia um onibus com uma turma de adolescentes e outro microonibus com outro pessoal, que juntos completavam os números dos colchões.
Não pude deixar de concordar com elas, realmente não é justo!

Nós que viemos caminhando, muitos até com dificuldades, pés machucados, ávidos por uma acomodação para tentar recuperar as forças, ficamos sem nem um colchão, porque os outros chegaram em seus veículos. Achei um cúmulo!


Acredito que nos Centro Polideportivo deveria ter a preferência de dar ao peregrino que caminha o colchão para o seu merecido descanso, pois o que vem em veículo, vem no ar condicionado, sentado e sem carregar peso algum. Realmente não é justo!







Outra coisa que não me pareceu razoável foi abrirem o Polideportivo apenas às 16h.

Poxa! O peregrino já chega exausto, querendo se acomodar, ir almoçar sem ter que carregar sua mochila, não tem um lugar bom para dormir, porque não deixar logo que o peregrino sossegue ao menos abrigado do tempo? Ninguém merece!!!

Bem, ficar nessa fila não é muito confiável, pois quando as portas se abrem, é uma confusão enorme, todo mundo querendo entrar ao mesmo tempo, e fica tudo embolado, gente passando a tua frente com a maior cara de pau. Simplesmente estressante!

Se você vai peregrinar à Compostela e pretende dormir em Pedrouzo, conselho: ou você chega muito cedo para tentar uma vaga nos albergues por lá, ou tente reservar uma e caminhar despreocupado, porque Pedrouzo é uma cidadezinha muito pequena, com poucos lugares para se dormir frente a quantidade enorme de peregrinos que crescem a cada ano que passa.

Tirando a dificuldade de se conseguir um lugar para dormir, o resto é tranquilo, lá tem vários restaurantes com boas comidas para se passar bem.

Bem, após entrarmos, foi emocionante escolher entre tantos metros disponíveis onde iríamos finalmente usar o nosso isolante térmico.
Foi para mim, a pior noite, pois não tive coragem de tomar banho.
O banheiro femenino era imundo, muitas mulheres, e apenas dois sanitários, limpeza passava longe, a parte do chuveiro era coletiva, não tinha um lugar próximo ao chuveiro para você pendurar suas coisas, se quisesse deixar suas coisas, estas teriam que ficar por cima de bancos na outra sala, mas o fator determinante de eu permanecer igual ao Cascão foi que só havia água gelada. Tô fora!



Não pude tirar muitas fotos, caso contrário acabaria o pouco de bateria para as fotos do dia seguinte. No polideportivo não tinha onde você recarregar a bateria da máquina. Lamentei.

Veja o álbum abaixo
Etapa 18 - Arzúa a Pedrouzo

2 comentários:

  1. nossa deve ter sido horrivel ter que dormir no meio de tanta jente, gostaria de estar la te protejendo te amo minha linda aventureira fran..

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  2. OI ALDI. QUE DUREZA HEM? DEPOIS DE UM DIA INTEIRO DE CAMINHADA, TER QUE DORMIR/DESCANSAR SEM CONDIÇÕES ADEQUADAS, IMAGINO O DIA SEGUINTE. VCS DEVEM TER FICADO "QUEBRADOS". KLB/RJ

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