quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Memorial do Imigrante - Exemplos de um passado com garra!

O que faz você deixar a sua terra natal e
arriscar um futuro em terras desconhecidas?
O Memorial do Imigrante tenta mostrar através de sua coleção parte da história das pessoas que chegavam rumo ao desconhecido.

O Memorial foi criado em 1998 onde antigamente era a hospedaria dos imigrantes que ali chegavam. Nada mais lógico!
Aqui chegaram espanhóis, italianos, japoneses e outros mais de diversas nacionalidades. Eles passavam, antes de tudo, por uma inspecção sanitária; posteriormente eram alojados em determinadas dependências, e lá podiam ficar no máximo até 8 dias. Havia capacidade para 1000 pessoas. Elas recebiam alojamento e alimentação e saiam em busca de dar um destino a suas vidas.

O prédio em si começou a funcionar como hospedaria em 1888, embora não estivesse totalmente acabado. Mas a bem da verdade é que a imigração já existia a conta gotas, mas foi nessa época em que o governo começou a incentivar a imigração por conta da abolição da escravatura.
Os italianos vieram aos montes....os japoneses começaram a chegar com tudo em 1908, no famoso navio Kasato Maru, navio este que possui uma história peculiar... bem, talvez um assunto para uma outra postagem. O fato é que após a assinatura de um Tratado de amizade assinado entre Brasil e Japão em 1906 fez com que ocorresse um fluxo de imigração que trouxe cerca de 800 mil nipônicos ao Brasil ao longo de 70 anos.

Mas voltando ao prédio, atualmente o edifício tem estilo predominantemente neoclássico, mas nem sempre foi assim. É um dos prédios mais antigos da capital paulista. Ele também foi usado como presídio político (1924), na verdade parte dele; igualmente serviu de prisão para os getulistas em (1932). Em 1978 recebeu seus últimos imigrantes e foi desativado e tombado.

As malas na foto não são réplicas, foram doadas por imigrantes para o Memorial.


O Memorial possui um registro, de fácil acesso, de todos os imigrantes que por ali passaram de modo que você, que é descendente de alguém que foi imigrante, poderá tentar descobrir se o seu antepassado passou por ali, e imaginar através do acervo fotográfico a dureza pelas quais essas pessoas passaram.

Meu filho é descendente de italianos, tentamos encontrar o bisavó dele nos arquivos, e encontramos 5 possíveis registros, apesar de não termos muita informação sobre esse seu antepassado foi super interessante a pesquisa e conhecer um pouco da história dessa gente.
Mas, para quem não tiver a oportunidade de visitar este museu, também há a possibilidade de realizar a consulta via internet: http://www.imigrantesitalianos.com.br/

A foto ao lado fica próxima à entrada do Memorial, ela realmente me impressionou! Me mostrou o sofrimento estampado nos rostos dos membros dessa família; você imagina a miséria em que se encontravam, estampam uma fragilidade e uma incerteza de se ter uma vida segura com o mínimo de dignidade que chega a ser profundamente comovente.
Eu fiquei parada em frente a essa foto por mais de 1 minuto, tentando me projetar para aquele passado... foi tocante!
Clique na imagem para ampliá-la. Você consegue enxergar o que enxerguei?

Na frente do Museu há um bonde que você pode dar um passeio nele, como o museu fica um pouquinho distante da estação do metrô você pode ao final da visita retornar à estação de bondinho, é o ponto final dele.
Esse bonde funcionou normalmente em 1902 até 1937, ele passava pelas principais ruas de São Paulo na época, hoje está limitado a esse trajeto: Museu - metrô (distância 600 metros) - Estação Bresser.
Endereço: Rua Visconde de Parnaíba,1316 - Mooca
Horário: 10 às 13 e das 14 às 17hs.



























Passeio de bonde: R$2,00

Um comentário:

  1. Vc está se tornando uma expert en narrativas turísticas .... rsrsrs

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