segunda-feira, 8 de junho de 2009

Manaus - Pra não dizer que não falei das flores - parte 1 - ENCONTRO DAS ÁGUAS.

Sou filha desta terra, Manaus - Amazonas, terra de índio, do caboco baré, do majestoso verde da matas... e até do meu adorado Tambaqui, quem me conhece sabe do que estou falando; não foi um sonho de viagem, quiçá um sonho no plano astral.... será? Quem sabe? O fato é que não poderia deixar de falar sobre as belezas desta região, atualmente, parte do lugar mais desejado pelas grandes potências que comandam nosso mundo ávidas por água. E por que não começar falando do fenomenal Encontro das Águas do Rio Amazonas? Essa maravilha da natureza possui 2 grandes astros. O Rio Negro e o Rio Solimões. O Rio Negro, que nasce na Colombia, é o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, O Rio Solimões, bem....vamos tentar entender....

O nosso Rio Amazonas, na verdade, nasce na Quebrada Carhuasanta no Nevado Mismi, onde o Rio Apurimac-Ucayali tem sua nascente quase 90 Km mais ao sul do Monte Huagra no Peru (antigo ponto tido como o nascedouro do Amazonas) nos Andes. Pois bem, quando esse rio entra em território brasileiro aí é que ele recebe o nome de Rio Solimões. O Rio Solimões, chegando em Manaus, se encontra com o Rio Negro e recebe o nome de Rio Amazonas. O Rio Negro e o Rio Solimões percorrem, lado a lado, mais de 6km, e nessa confluência suas águas não se misturam devido às suas densidades, temperaturas e velocidades. O Rio Negro percorre 2km/h a uma temperatura de 22ºC, enquanto que o Solimões percorre 4km/h com temperatura de 28ºC. O Rio Solimões é o mais rico em nutrientes, apesar de sua cor barrenta, suas aguas são claras e limpas.

O Rio Amazonas como se não bastasse ser o maior Rio do mundo em sua largura também o é em sua extensão, mais de 6.992 km, com mais de mil afluentes.

Veja ao lado uma foto de sorte que tirei: consegui fotografar o boto cinza. Tinham vários pulando e um deles era rosa.

A viagem é feita pela empresa Amazonas Explorer, você chega por volta das 8h no porto, e lá há uma lojinha da empresa onde você pode contratar na hora. O Passeio sai por volta das 9h e retorna às 15h. Atualmente o valor custa R$100,00. Dentro do preço está incluído um almoço no restaurante flutuante Janaurilandia.
Num determinado momento deixamos o barco grande e entramos em um barco pequeno e adentramos rio Solimões adentro até chegar num local para ver a Samaúma.

A Samaúma é uma árvore que tem no meio da floresta e que chega a 40 metros de altura, é a árvore mãe da floresta.

A sua raíz se batida nela ecoa por toda extensão da árvore. Os índios costumavam se comunicar através de sua raíz chamada sapopema.

Logo após a Samaúma se pega novamente o barco pequeno para ir ver a Vitória Régia, com direito a jacaré e tudo.
Após essa visita retornamos ao Restaurante Flutuante para o almoço.
Servem tanto peixe como frango, vendem balas e existe um salão enorme com várias bancas com artesanatos mil.

Antigamente esse passeio contava com possibilidades de contato com bichos (cobra, jacaré, preguiça entre outros) mas isso foi proíbido.

No ponto em que se desce em terra firme para se ver a Samaúma (primeira parada) há índios/caboclos que vendem artesanato - mas cuidado! Não compre de primeira, pergunte o preço do objeto desejado, pois há vários vendendo as mesmas coisas e por preço diferente, um do lado do outro.

Confira fotos desde a saída do caís onde se pode ver as marcas das cheias do Rio Negro a cada ano.
Bem como a contrução da ponte que liga Manaus à Iranduba.
Mais abaixo você pode conferir alguns vídeos do passeio.

E aqui vale ler o Poema de Quintino Cunha que retrata muito bem o Encontro das Águas. Após essa doce leitura, eu não preciso dizer mais nada!
ENCONTRO DAS ÁGUAS Quintino Cunha
Vê bem, Maria aqui se cruzam: este É o Rio Negro, aquele é o Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
como as saudades com as recordações.
Vê como se separam duas águas, que se querem reunir,
mas visualmente; É um coração que quer reunir as mágoas de um passado,
às venturas de um presente.
É um simulacro só,
que as águas donas d'esta região não seguem o curso adverso,
todas convergem para o Amazonas,
o real rei dos rios do Universo;
Para o velho Amazonas, Soberano que, no solo brasílio, tem o Paço;
Para o Amazonas, que nasceu humano
porque afinal é filho de um abraço!
Olha esta água, que é negra como tinta.

Posta nas mãos, é alva que faz gosto;
Dá por visto o nanquim com que se pinta,
nos olhos, a paisagem de um desgosto.
Aquela outra parece amarelaça,
Muito no entanto é também limpa, engana;
É direito a virtude quando passa
pela flexível porta da choupana.

Que profundeza extraordinária, imensa,
que profundeza, mais que desconforme!
Este navio é uma estrela suspensa
n'este céu d'água, brutalmente enorme.

Se estes dois rios fôssemos, Maria,
Todas as vezes que nos encontramos,
que Amazonas de amor não sairia
de mim, de ti, de nós que nos amamos!...




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5 comentários:

  1. muitooo lindo msm o encontro das aguas!

    bjinhus

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  2. Ei, Aldi. Muito interessante a maneira de como vc fez as referências ao nosso Encontro das Águas. Aliás, teu blog está muito legal e inteligente. Parabéns.

    Genezio.

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  3. conte com meu apoio, sou amazonense de corazón, vc sabe disso... lamento não ter comparecido à tertúlia do sábado, problemas cotidianos, as vezes a falta de comentários não é "desnaturamento" dos amigos, é que todos temos um ritmo que nem sempre está em armonia com os outros...
    beijos de verdade, Fernando

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  4. OI tô lendo tudo por aqui e estou adorando, porfa siga com tuas dicas de Manaus, se possível com informações práticas como restaurantes, como fazer os passeios, o que fazer na cidade, etc. é muito difícil conseguir info de Manaus na Blogosfera!
    Beijos e parabéns pelo trabalho!

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