sábado, 5 de novembro de 2011

Les Invalides - Museu de Armas

Les Invalides é como é chamado esse edifício que atualmente é o Museu de Armas.
É um enorme conjunto onde se tem o Hôtel des Invalides, o Duomo e a Igreja de São Luis.

Luis XIV mandou construir esse edifício em 1670 para abrigar os seus soldados inválidos ou demasiados velhos para servir.






No Museu em sua entrada principal já começa com o memorial do General Charles de Gaulle com direito a ouvir o seu chamamento, realizado na Rádio BBC em Londres, em junho de 1940, ao povo francês.
Foi um apelo à resistência após a derrota e a invasão dos alemães

Em 2005, o discurso de 18 de junho de 1940 foi considerado pela Unesco no programa MEMÓRIA DO MUNDO.

Ao final da postagem veja 3 videos dos discursos do General de Gaulle.

O primeiro vídeo é o discurso inicial feito em 18 de junho de 1940 que infelizmente não há uma gravação dele. O General fez seu pronunciamento na rádio e dele temos o registro em texto.

O segundo vídeo, gravado, foi feito no dia 22 de junho de 1940, que as vezes as pessoas o confundem com o do dia 18 de junho.

O terceiro vídeo é um trecho de um documentário de um filme francês, chamado CE JOUR LÀ, TOUT A CHANGÉ - L'appel du 18 juin, que sempre é exibido no dia 18 de junho na França.

Ao final dos videos coloco a tradução de seu discurso do dia 18 de junho.

Nessa foto se vê o quepe do General e sua mala.















No pátio se encontram canhões e tanques da época da guerra.












Ao se entrar na Catedral se encontram as tumbas dos irmãos de Napoleão Bonaparte e de outras pessoas importantes.
Na foto ao lado é a tumba do irmão Joseph Bonaparte.











Nessa foto ao lado é a tumba do Marechal Ferdinand Foch, herói de guerra, contribuiu para a derrota do alemães em 1918 com o planejamento da Grande Ofensiva.















Na igreja de Saint-Louis-des-Invalides se encontra a cripta de Napoleão, exatamente sob a cúpula da igreja,
que é belíssima.













A entrada para essa cripta fica por trás da imagem da cruz de cristo.




















Ao se dar a volta se depara com uma majestosa entrada com duas estátuas, uma em cada lado, e acima uma inscrição.














Ao se entrar na cripta se lê os dizeres: "Eu desejo que minhas cinzas repousem a beira do Sena, em meio ao povo francês que eu tanto amei."



Em seu centro se encontra o seu sarcófago.
Napoleão morreu em Santa Helena no ano de 1821, porém os franceses só conseguiram permissão da Inglaterra de repatriar seus restos mortais sete anos depois.
Em volta do sarcófago se encontram 12 estátuas que representam a vitória.








Seus restos mortais foram enterrados como se fosse de um faraó egípcio.

Foram colocado em 6 ataúdes: o primeiro de ferro, o segundo de mogno, o terceiro e o quarto de chumbo, o quinto de madeira de ébano e o sexto de azinheira.
Todos eles depositados no sarcófago de pórfiro.







Ao seu lado se encontra o túmulo de seu filho Francisco Jose Carlos Bonaparte, filho com Maria Luiza, princesa da Áustria, da dinastia dos Habsburgos.
Ao nascer, Napoleão o chamou de Rei de Roma, também foi chamado de l'Aiglon (filhote da águia).
















No interior da cripta há varias esculturas como esta que está escrito: "Meu único código por sua simplicidade fez mais bem à França que todas as leis que me precederam".
Foi uma de suas citações.










É uma referência ao Código Civil dos Franceses outorgado por Napoleão, uma obra das mais marcantes criadas na Revolução Francesa que serviu de norte para toda a humanidade.












Mais fotos, ao final os vídeos.





Informações:
O museu abre às 10h e fecha às 17h (outubro a março) e fecha às 18h (abril a setembro).
Custa atualmente 9 euros.

Para chegar de metro/RER pode soltar nas estações:
Latour-Maubourg, Invalides, ligne 8,
Varenne, Saint François-Xavier, ligne 13
Invalides, RER C



Seu discuso de 22 de junho de 1940


Trecho do documentário: CE JOUR LÀ, TOUT A CHANGÉ


Transcrição de seu discurso feito em 18 de junho de 1940.

"Aconteça o que acontecer, a chama da resistência francesa não deve extinguir-se..."

"Os chefes que há muitos anos se encontram à frente dos exércitos franceses formaram um governo.

Este governo, alegando a derrota dos nossos exércitos, entrou em contato com o inimigo para cessar o combate.

É certo que fomos e estamos a ser esmagados pela força mecânica, terrestre e aérea do inimigo

Muito mais que o seu número, são os tanques, os aviões e a tática dos alemães que nos fazem recuar.

Foram os tanques, os aviões, e a tática dos alemães que surpreenderam os nossos chefes ao ponto de os levarem onde estão hoje.

Mas estará dita a última palavra? Deverá a esperança desaparecer? Será a derrota definitiva? Não!

Acreditem em mim, que vos falo com conhecimento de causa e vos digo que nada está perdido para a França.

Os mesmos meios que nos venceram podem um dia dar-nos a vitória.

Porque a França não está sozinha! Ela não está sozinha! Ela não está sozinha!
Ela tem um vasto império atrás de si.

Pode formar um bloco com o Império Britânico, que domina o mar e continua a luta.

Ela pode, tal como a Inglaterra, utilizar sem limites a imensa indústria dos Estados Unidos.

Esta guerra não se limita ao território infeliz do nosso país. Esta guerra não é difinida pela batalha da França.

Esta guerra é uma guerra mundial. Todas as falhas, todos os atrasos e todos os sofrimentos não impedem que exitam, no universo, todos os meios necessários para um dia esmagar os nossos inimigos.

Esmagados hoje pela força mecânica, poderemos vencer no futuro com uma força mecânica superior.
É aí que está o destino do mundo.

Eu, General de Gaulle, atualmente em Londres, convido os oficiais e soldados franceses que se encontram em território britânico, ou que venham a se encontrar, com ou sem as suas armas, convido os engenheiros e os operários especialitas em industria de armamento que se encontram em território britânico ou que venham a se encontrar a entrarem em contato comigo.

Aconteça o que acontecer, a chama da resistência francesa não deve extinguir-se e não se extinguierá.

Amanhã, como hoje, falarei na Rádio de Londres"


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Transcrição do discurso de 22 de junho de 1940

Le gouvernement français, après avoir demandé l'armistice, connaît, maintenant, les conditions dictées par l'ennemi.


Il résulte de ces conditions que les forces françaises de terre, de mer et de l'air seraient entièrement démobilisées, que nos armes seraient livrées, que le territoire français serait totalement occupé et que le gouvernement français tomberait sous la dépendance de l'Allemagne et de l'Italie.


On peut donc dire que cet armistice serait non seulement une capitulation mais encore un asservissement.


Or, beaucoup de Français n'acceptent pas la capitulation ni la servitude pour des raisons qui s'appellent l'honneur, le bon sens, l'intérêt supérieur de la patrie.


Je dis l'honneur, car la France s'est engagée à ne déposer les armes que d'accord avec ses alliés.


Tant que ses alliés continuent la guerre, son gouvernement n'a pas le droit de se rendre à l'ennemi.


Le gouvernement polonais, le gouvernement norvégien, le gouvernement hollandais, le gouvernement belge, le gouvernement luxembourgeois, quoique chassés de leur territoire, ont compris ainsi leur devoir.


Je dis le bon sens, car il est absurde de considérer la lutte comme perdue.


Oui, nous avons subi une grande défaite.


Un système militaire mauvais, les fautes commises dans la conduite des opérations, l'esprit d'abandon du gouvernement pendant ces derniers combats nous ont fait perdre la bataille de France.


Mais il nous reste un vaste empire, une flotte intacte, beaucoup d'or.

Il nous reste des alliés dont les ressources sont immenses, et qui dominent les mers.


Il nous reste les gigantesques possibilités de l'industrie américaine.


Les mêmes conditions de la guerre qui nous ont fait battre par cinq mille avions et six mille chars peuvent nous donner, demain, la victoire par vingt mille chars et vingt mille avions.


Je dis l'intérêt supérieur de la patrie car cette guerre n'est pas une guerre franco-allemande, qu'une bataille puisse décider.


Cette guerre est une guerre mondiale.


Nul ne peut prévoir si les peuples qui sont neutres, aujourd'hui, le resteront demain.


Même les alliés de l'Allemagne resteront-ils toujours ses alliés ?


Si les forces de la liberté triomphent finalement de celles de la servitude, quel serait le destin d'une France qui se serait soumise à l'ennemi ?


L'honneur, le bon sens, l'intérêt supérieur de la patrie commandent à tous les Français libres de continuer le combat là où ils seront et comme ils pourront.


Il est, par conséquent, nécessaire de grouper partout où cela se peut une force française aussi grande que possible.


Tout ce qui peut être réuni en fait d'éléments militaires français et de capacité française de production d'armement doit être organisé partout où il y en a.


Moi, général De Gaulle, j'entreprends ici, en Angleterre, cette tâche nationale.


J'invite tous les militaires français des armées de terre, de mer et de l'air, j'invite les ingénieurs et les ouvriers français spécialistes de l'armement qui se trouvent en territoire britannique ou qui pourraient y parvenir, à se réunir à moi. J'invite les chefs, les soldats, les marins, les aviateurs des forces françaises de terre, de mer, de l'air, où qu'ils se trouvent actuellement, à se mettre en rapport avec moi. J'invite tous les Français qui veulent rester libres à m'écouter et à me suivre.


Vive la France libre dans l'honneur et dans l'indépendance !