sábado, 19 de fevereiro de 2011

Palácio Nacional da Pena - Sintra

O Palácio Nacional da Pena em Sintra - Portugal - é belíssimo, parece que saiu de um conto de fadas!

O dia estava lindo, um céu azul para ninguém botar defeito, as fotos sairam lindas, a luz estava ótima, era o aniversário da minha avó Janet (30 de junho) 84 anos! Tudo perfeito!

Essa postagem é uma das mais coloridas que já fiz!!!!




No séc. XII, antes do Palácio existir, alí encontraram uma imagem de Nossa Senhora em uma rocha, por isso construíram uma capela no lugar.
A origem desse nome advém de penedo - penha - pena. Como a imagem da santa foi encontrada em uma rocha..... daí ficou PENA.

Também conta-se que é porque muitos prisioneiros vieram trabalhar na contrução do castelo e em troca teriam recebido redução de suas penas.
Fico com a primeira.

Em 1503, o rei era D.Manuel I que mandou construir alí um convento e o deu para a Ordem de São Jerônimo.
Em 1743 o convento foi atingido por um raio destruindo a capela, sacristia e a torre.

Antes que a reconstrução fosse terminada, o terremoto que atingiu Lisboa em 1755 também atingiu Sintra destruindo o Convento da Pena ficando intacta apenas a capela e o retábulo em mármore e alabastro.

D. Fernando II (príncipe alemão), rei consorte de D. Maria II, homem voltado para as artes e natureza, muito culto, se apaixonou por Sintra e em 1838, quando todas as Ordens foram extintas, ele comprou aquele lugar em ruínas, bem como as quintas que haviam, o Castelo dos Mouros e boa parte da mata existente.

D. Fernando II mandou contruir um magnífico Palácio ao estilo dos que havia na Baviera, e também como amava a natureza criou um Parque muito bonito. Alí seria a residência de verão de sua família.










O Palácio, construído em cima de rochedos, por isso vários desníveis, o que dá todo um charme, possui uma mistura de estilos: estilo românico, neogótico, neomanuelino, neo-islâmico e neo-renacentita.

Ele se encontra a 500 metros de altura e a uns 4km do centro de Sintra.

Possui 26 dependências e é um dos poucos palácios que conserva a mobília original.


À entrada de um dos portões do Palácio se vê em uma das torres o Brasão do Rei e as armas do Rei Fernando II de Portugal e Saxe-Coburgo-Gotha.











Do convento que havia restou apenas o claustro e a capela e os deixaram na cor vermelha para identificar sua origem.












As construções com decorações em azulejos e na cor amarela são as ampliações e mudanças feitas posteriormente no que veio a definir o Palacio Nacional da Pena.

Reparem que a Torre do Relógio, em cima da capela foi feita fazendo alusão à Torre de Belém.

Esse pátio é chamado de Pátio dos Arcos.




Apreciador da boa arte, D. Fernando II mandou fazer uma janela semelhante à Janela Manuelina da sala do Capítulo do Castelo dos Templários em Tomar que dá para se admirar no Pátio dos Arcos.


















Consegui rapidamente tirar algumas fotos do interior da capela e do retábulo em mármore , obra de Nicolau de Chanterenne. Vejam que lindo trabalho!

Retábulo - definição: obra de arte esculpida em pedra ou madeira de encontro ao altar.






No Terraço da Rainha há um relógio chamado de Relógio de Sol e o seu canhão disparava um sinal sonoro quando dava meio-dia. Bem interessante. Chamado de Relógio de Sol Horizontal com Meridiana.
É uma peça feita em bronze, platina e cristal sob uma base de mármore. Foi dada de presente ao Rei D. Fernando II pelo seu médico Barão de Kessler.





Esse é o Pórtico de Triton, uma criatura meio peixe e meio homem, criado como símbolo da formação do mundo e traz os 4 elementos: água, terra, ar e fogo.
Foi feita em homenagem à Camões.

A escultura fica sob a janela de uma sala onde a Rainha costumava receber suas visitas e tomar chá.

A fachada possui azulejos de padrão geométrico mourisco.









Claustro do antigo convento restaurado com azulejos policromados, como se vê, foi integrado ao Palácio de D. Fernando.

Olhando para o alto se vê a Torre do Relógio.
















Lá ao fundo você pode ver no terraço umas mesas com sombreiros brancos, na sala que dá para ele funcionava a cozinha, atualmente há uma lanchonete.

Muito agradável tomar algo e ficar olhando esse palácio que parece das Arabias só imaginando como era difícil a vida desses reis....

Eu fiquei imaginando como devia dar trabalho a hora de servir a comida, porque há um salão onde era servida a refeição que fica do lado oposto ao da cozinha.
Os serviçais da copa deviam andar e andar e andar...

Nós podemos claramente perceber o quão D. Fernando amava as artes, e tudo o que era belo, pois em cada canto deste palácio ele traz a lembrança de algo cultural.

(Torre do Relógio - Torre de Belém, Janela Manuelina do Castelo de Tomar no Pátio dos Arcos, o Pórtico de Triton, sem falar nos próprios estilos de construções belíssimos cada um deles com suas característiscas mesclados produzindo um conjunto de efeito deslumbrante).

De qualquer lugar onde você esteja a paisagem é exuberante!

Na foto ao lado podemos avistar ao longe as ruínas do Castelo dos Mouros.









Ao chegar no Palácio, você pode alugar audio-guia (3 euros) imprescindível, deixa uma identidade no lugar e a pega ao entregar o aparelho.

É fácil de usá-lo é só digitar o número que você encontra na parede de um determinado lugar e se ouve informações sobre aquilo.
No interior não é permitido fotos, mas consegui tirar algumas.

No Castelo da Pena viveram além de seus construtores (D. Fernando II e Dona Maira II): D. Pedro V e Dona Estefânia (Reinado de 1853 a 1861); D. Luis I e Dona Maria Pia (Reinado de 1861 a 1889); D. Carlos I e Dona Amélia (Reinado de 1889 a 1908) e D. Manuel II (Reinado de 1908 a 1910).

Após a implantação da República o Palácio foi convertido em museu.
Horário: 9h45 - 19h (temporada alta) 10h - 17h (temporada baixa)

Como chegar em Sintra e no Palácio da Pena:
Você pode pegar um comboio na estação do Rossio, se não tiver carro. A viagem dura algo em torno de 45 minutos de comboio.

Ao chegar na Estação de Sintra, há um ponto de informação onde você pode pegar panfletos e mapas da cidade na sua própria língua.

Saindo da Estação, alguns metros à direita há um ponto de ônibus no qual se toma o ônibus 434 que te deixa em todos os pontos de Sintra. Já se compra a passagem de ida e volta.

Esse ônibus não passa pela Quinta da Regaleira (outro palácio). Mas se você estiver no centro da Vila de Sintra dá para ir andando até lá. Não é muito longe.

Se bem me lembro depois que visitamos o Palácio Nacional de Sintra (não confundir com o Palácio da Pena) deu uns 15 minutos de caminhada até à Quinta da Regaleira.

Escolhemos começar a ver o Palácio da última parada que é o Palácio Nacional de Sintra e o mais bonito de todos.
Ao chegar em uma das entradas do Parque da Pena, tem 2 opções: ou sobe a pé pelo Parque da Pena até o Castelo ou toma uma espécie de onibus que lembra um vagão de um trem até à entrada do Palácio.

Quem vai de carro tem que deixá-lo no estacionamento e escolher como vai chegar ao Castelo.






Como estávamos com tempo certo para ficar ali, não podíamos nos dar ao luxo de caminhar pelo Parque, isso ficou para uma próxima viagem.

Depois de ver todas essas fotos não dá vontade de brincar de manja-esconde nesse palácio?!

Atenção: Leve casaco, porque mesmo no verão no final do dia a temperatura cai, uma bruma vai tomando conta, faz um frio daqueles!!!

Abaixo mais fotos e ao final alguns videos do lugar:
1) Vídeo da entrada e parabéns para vó Janet.
2) Vídeo do Pátio dos Arcos
3) Vídeo da Capelinha.
4) Vídeo mostrando o Castelo na parte externa. Visão Geral.
5) Vídeo do Pórtico do Triton
Interior da Igreja
Pátio dos Arcos

Fotos da Estação de Sintra esperando o comboio para voltar para Lisboa - Estação do Rossio.
Esse é o botão que se aperta para que a porta do comboio se abra.

Fotos do interior da Estação do Rossio

VÍDEOS
















































sábado, 12 de fevereiro de 2011

Castelo de Tomar - Convento de Cristo - Templários em Portugal

TEMPLÁRIOS EM PORTUGAL
Coincidentemente, 1128, o ano em que oficialmente os Templários foram reconhecidos pela Igreja, foi o ano em que Portugal surgiu como uma nação indepedente.

O primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques era filho de um dos cavaleiros templários, por conseguinte, também era membro da Ordem dos Templários.

Muitos cavaleiros templários vieram para Península Ibérica para ajudar na reconquista do território que estavam em mãos dos Mouros e também lutaram junto a D. Afonso ajudando-o conquistar seu território (o que viria a ser Portugal) o qual foi reconhecido pelo reino de Leão e Castela em 1142.

Em Tomar, que antes era uma aldeia romano-visigótica, em 1157 o segundo grão-mestre dos Templários em Portugal - Gualdim Pais - estabelece alí a verdadeira sede da Ordem em Portugal.

Por ordem do Rei D. Afonso Henriques, Gualdim constroi um castelo e Tomar começou a crescer no interior deste castelo, sendo construído nas colinas em 1160.

Apesar da tentativa do rei Felipe - o Belo e o papa Clemente V de extinguir a Ordem isso não aconteceu em Portugal.

Quando o papa enviou uma bula aos reis para deterem os Templários e confiscarem seus bens, o rei de Portugal, na época, D. Dinis, não acreditando nas acusações feitas aos Templários, usou de astúcia.

Formalmente obedeceu ao Papa decretando a abolição da Ordem e o confisco dos seus bens. No entanto, usando como motivo o perigo que os mulçumanos causavam, anunciou a criação de uma nova Ordem - ORDEM DE CRISTO.

Os membros da Ordem de Cristo eram os templários, oras bolas, e a eles "restituiu-lhes" quase toda a totalidade do que havia sido confiscado.

O Papa João XXII assinou em baixo, reconheceu a Ordem em 1319 e atribuiu à nova Ordem a regra de São Bento.
A Ordem possuiu sede em Castro Marim (Algarve) por motivos militares, mas foi transferida para Tomar em 1503.

O rei D. Manuel I expropriou os moradores do Castelo e o doou à Ordem de Cristo.
Transformaram em horta o espaço intramuros ocupados pela população na época.

A Cruz símbolo dos Templários fois substituída pela Cruz de Cristo.

Os integrantes desta Ordem tiveram um papel fundamental nas viagens dos Descobrimentos.

A Ordem de Cristo foi extinta em 1834, bem como todas as demais Ordens religiosas,

CASTELO DE TOMAR
O castelo abrigou a população na batalha contra os Mouros, estes tentaram entrar no castelo pela Porta Sul, e conseguiram mas a população com muita garra, abateu os mouros e muitos morreram alí, ficando a porta conhecida como Porta do Sangue.



O conjunto possui arquitetura que vai desde o românico-bizantino, barroco, gótico, manuelino e renascença.


Ao se entrar pela porta de Santiago e a Porta do Sol surge à direita a Alcáçava (zona mais elevada e mais bem protegida dentro de um castelo medieval) e a torre de Menagem.



CONVENTO DE CRISTO
Não se sabe o porquê, mas o rei D. João III constrangeu a Ordem à clausura e transformou o domínio num convento regular.













A Rotunda (Charola) era o lugar de oração dos Templários. Foi construída no séc. XII, porém as pinturas nela existentes foram feitas no séc. XVI.

Foi inspirada no Templo de Jerusalém. Aí os templários passavam solitários dias e noites fazendo vigília antes de sua iniciação.

É uma construção octagonal de dois andares sustentada por oito pilares. O octógono, ricamente decorado, contém o altar.

Infelizmente a pintura está desgatada, mas é de um trabalho belíssimo.

O Claustro principal, chamado de D. João III, formava uma passagem entre a igreja ampliada, o refeitório no primeiro andar, e o dormitório dos monges no segundo andar.

João III mandou criar outros claustros totalizando 7.

Dá pra perceber que os claustros não estão bem conservados.

É muito grande, muitos claustros, muitas entradas, nós nos perdemos ao tentar encontrar a saída.
Esse é o Claustro do Cemitério que foi construído durante o período em que o Infante D. Henrique foi administrador da Ordem de Cristo (1420-1460).

Serviu de local para enterrarem os frades cavaleiros sob o pavimento das galerias .


Na fachada Oeste da igreja pode se ver, a maravilhosa e famosa janela da Sala do Capítulo. Outra jóia do estilo Manuelino.

A sala do Capítulo é chamada assim a sala onde os monges realizavam suas importantes reuniões.
Esta janela, criada entre 1510 e 1513 reflete o estilo tardo-gótico Manuelino.
Simboliza a árvore da vida e a árvore de Jessé.

O Convento teve várias construções no séc. XVI a mando de D. Manuel I ocupando uma área conhecida como Arrrebalde de S. Martinho.

COMO CHEGAR EM TOMAR
É preciso pegar um comboio. Você pode partir da Estação Santa Apolônia ou da Estação Oriente.
Nós partimos da Estação de Sta. Apolonia (foto acima).
Lá tem um mini-supermercado muito bom, o que você pensar em comprar em termos de alimentação tem lá, preparam até lanches para viagem. Excelente!



Atenção: se a viagem é muito cedo pode encontrar o mercado fechado.

Quanto ao horário de trem para Tomar tem vários.
Para aproveitar o dia partimos no das 7h48 que chegou em Tomar às 9h49. 2 h de viagem.

Dicas:
Não jogue fora o ticket, pois no meio da viagem passa um funcionário checando se o seu ticket é válido ou não.
Para entrar no comboio você tem que apertar um botão próximo à porta e então ela se abre.

Pagamos um mico, pois chegamos lá e ficamos parados esperando a hora de abrirem a porta para podermos entrar, que nada!
É você que tem que apertar o botão e entrar, ora bolas!!!!

Ao chegar na Estação de Tomar você precisa pegar um taxi, agora é interessante acertar que ele te pegue de volta, pois o Castelo é no alto de uma montanha e lá não há parada de Taxi, nem de onibus.
Ou você desce à pé ou acerta com o motorista para te pegar determinada hora.


Demos sorte, pois já tinhamos comprado a passagem de volta e por pouco não a perdemos. Ao sairmos vimos que não havia condução de retorno.
Uma moça brasileira que trabalhava no único quiosque que vende lanche na pracinha em frente ao Castelo fez a gentileza de chamar um taxi para nós.

Valor da passagem de ida em 2010 8,35 euros.

O Castelo de Tomar bem como o Convento de Cristo foram considerados Patrimônio Mundial pela Unesco.

Abaixo algumas fotos e ao final alguns vídeos desse lugar especial.
1) Vídeo 1: Ao entrar no Castelo
2) No interior do Convento
3) Claustro Principal e terraço
4) Rotunda/Charola

Leia também:
Cavaleiros Templários - Só para ter uma idéia.

Curiosidade: no link abaixo você poderá ler um pouco mais sobre D. Afonso Henriques e conhecer uma estudo sobre aorigem da palavra Portugal. (POR - TUO- G(R)AL (GRAAL)) e o selo de D. Afonso Henrique.

D. Afonso Henriques

Porta de Santiago ( a primeira pela qual se passar)
PORTA DO SOL (a segunda que se passa e logo se vê a beleza singular do Castelo/Convento)

TÚMULO DE UM CAVALEIRO TEMPLÁRIO

Nessa área era onde eles lavavam suas roupas - chamado de CLAUSTRO DA LAVAGEM.